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Todas as segundas, quartas e sextas um artigo quentinho com opiniões aleatórias, questionamentos socráticos e visões confusas de mundo!

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Rótulo... qual o seu?

No meu primeiro texto aqui no blog, eu comentei sobre as máscaras que utilizamos na sociedade, por convenções nas quais entramos (de gaiato ou não). Ainda fazendo minhas observações, lendo e refletindo sobre a temática, me veio a ideia de falar sobre os rótulos sociais.
Afinal, você é rico? pobre? Ou seria classe média alta? ou  baixa?
Você é negro? branco? mulato? Ou talvez mameluco...
Vocês é gordo? Ou magro? Talvez sarado... ou, por que não, rechonchudo?
Gay ou hétero? Travesti ou transexual? Bissexual, quem sabe? Ou seria goy, bichinha, drag, crosdresser ou goiunage? Seria lésbica ou sapata ou caminhoeira?
Ah sim, você é católico... ou evangélico? Por que não budista, islâmico ou espírita? Ou ainda, ateu... ou tudo?
Sim, peguei logo pesado nos rótulos... E poderia continuar uma lista infinita aqui... Mas, qual a necessidade de se rotular?



Em um objeto, o rótulo serve para informar sobre o que ele é, quais suas características e/ou composição. Serve para distinguir uma coisa de outra. Assim, ao compramos um alimento, por exemplo, sabermos do que ele é feito, qual a quantidade de nutrientes e cia, e também sua validade. Mesmo em condições normais de temperatura e pressão, pode haver pequenas variações nessas características, quase imperceptíveis aos olhos em geral. Segue um padrão.
Mas, quando se rotula um ser humano, vejo inicialmente duas questões: a primeira é uma característica do ser humano, ímpar em relação a outros seres, que é possuir o livre arbítrio, o que faz ele ser uma “caixinha de surpresas”; a segunda é um aspecto que considero negativo, que essa generalização gera, que é a de se levar facilmente a um preconceito.
Discursando sobre esse aspecto negativo, é fato que para se compreender algo, precisamos dividir as coisas, ou seja, nossa mente trabalha com um sistema de comparações, e até aí é natural. Nossa mente faz uma síntese para compreender algo; quanto menos análises tivermos que fazer, mais fácil entenderemos. O problema é quando fazemos um julgamento pessoal, o que implica colocarmos interesses e gostos próprios para fazer essa comparação, que vai levar a uma comparação do que é melhor ou pior.
Identificar uma pessoa por uma determinada característica pessoal não vejo como problema... Precisamos de referência para tudo... Desde que essa identificação não seja maldosa. Maior problema considero quando se julga uma pessoa dentro da generalização dos rótulos, como se faz com objetos. Quando se rotula uma pessoa, a colocamos dentro de um grupo de comportamentos generalizados, esquecendo, mesmo que inconscientemente, que o ser humano possui o já citado livre arbítrio, e pode abrir sua caixinha com surpresas (ao menos para nossos olhos). Exemplo: ela é gorda, logo ela vai comer muito se for em minha casa; então, vou ter que comprar muita coisa para ela comer... Outro exemplo: ele é gay, logo vai dar em cima de todo homem que passar na frente dele, e ainda vai ter aqueles trejeitos afeminados estereotipados... E mais um exemplo: ela é rica, então, é arrogante, humilha outras pessoas ao exibir, ostentar (a palavra da moda!) sua riqueza; e esta outra, ela que é pobre, é humilde, não humilha outras pessoas... Será?... Enfim, são limitações que os rótulos acabam gerando; eles acabam mais atrapalhando que ajudando.
Entretanto, apesar de discorrer sobre aspectos negativos aos quais a rotulação nos leva (sim nós! pois rotulamos tudo e todos, com ou sem preconceitos) , também percebo que há o lado da pessoa rotulada se colocar como vítima. Não falo aqui de “ataques preconceituosos” ou bullyings, mas de uma susceptibilidade em se sentir ofendido por qualquer rotulação. Se uma pessoa se vira para outra e fala: “Sabe aquela rapaz que é gay...” ou “Aquela moça negra...”, não vejo ofensas aqui, mas uma forma de identificar uma pessoa. Reforço: desde que tenha realmente essa intenção, e que a continuação dos três pontinhos seja para continuar falando sobre a pessoa e que foi realmente uma identificação. Falo isto porque foi criado um outro rótulo de falar “politicamente correto”; mas, o que há de incorreto nesses termos?
Continuando... Se uma pessoa chama outra “Ei, magrão!” ou “Vem cá, gordo!”, se eu sou magro ou gordo mesmo, por que me ofenderia? Sim!... há pessoas que estão se ofendendo facilmente. Um dia desses vi uma desses posts na internet que falava mais ou mesmo assim: “As pessoas estão se ofendendo com tudo hoje, que se eu posto a foto de uma comida, alguém vai responder que estou ostentando porque tem muita gente que passa fome no mundo”. É tipo isso mesmo... E, por favor, não se ofenda agora...
Neste mundo de rótulos, cada um é o que é, com suas diferenças, com suas grande qualidades e vários defeitos. Que sejamos felizes! Sejamos nós mesmos! Vivam seus sonhos! Mas sem prejudicar os outros - e nem a si mesmo, pois fazer algo que faz mal a si mesmo é o rótulo do masoquismo. Sejamos melhores! Sempre! E se for para ter um rótulo, que seja o de SER HUMANO. 



*Fonte da imagem: https://urbanplushproject.wordpress.com/2012/02/21/diversity-the-art-of-thinking-independently-together-malcolm-forbes/

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