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Todas as segundas, quartas e sextas um artigo quentinho com opiniões aleatórias, questionamentos socráticos e visões confusas de mundo!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

O que eu não sei e o que eu não direi sobre a crise política




Ozymandias
(Percy Bysshe Shelley
Traduzido por Tomaz Amorim Izabel)

Conheci um viajante de antiga terra
que disse: – Duas pernas destroncadas, pétreas,
estão no deserto. Perto delas, soterra
a areia meia face despedaçada,

cujo lábio firme e poderio de olhar, frio,
diz que seu escultor bem lhe leu as paixões
que sobrevivem, nas meras coisas sem vida,
à mão que zombou e ao coração que nutriu.

E no pedestal tais palavras aparecem:
“Meu nome é Ozymandias, o rei dos reis:
Vejam minhas obras, ó fortes – desesperem-se!”

Nada resta: junto à ruína decadente
e colossal, de ilimitada aridez,
areias, lisas e sós, ao longe se estendem.



Como a timeline de uma rede social, as conversas com amigos muitas vezes nos puxam para o redemoinho dos fatos mais recentes e (nem sempre) relevantes da cidade, do país ou do mundo. Vence quem argumenta melhor? Vence quem tem mais razão? Vence quem está do lado do bem? Não. Ninguém vence. Não é uma luta. Não é uma disputa. É apenas uma conversa saudável entre amigos ou parentes. Podemos até dizer quem ganha. Não vence, mas ganha, quem mais acrescenta ou quem mais aprende.

Uma boa conversa está entre minhas coisas favoritas na vida. Não tenho muitos problemas em ceder, mudar de opinião ante um ponto de vista melhor que o meu, mais profundo (mesmo que tenha que lutar contra o incômodo desapego de ideias). Fico instigado e feliz quando os dois (ou mais) participantes do bate-papo mudam de opinião. Quando os participantes percebem os próprios pontos fortes e fracos e como podem se completar e encontram uma terceira via. E acho incrível, por fim, quando os interlocutores concluem que discordam fundamentalmente de opinião, mesmo que o fim almejado seja o mesmo. E a vida segue. E diante dos tempos turvos em que vivemos, é preciso somar mais, entender mais, e apegar-se menos às ideias.

Questionar, duvidar, mergulhar em um sem fim de entendimentos e tomar conhecimento de argumentos contra e a favor fazem parte da busca pela compreensão ou pela familiarização com um tema. E é importante lembrar que estar familiarizado com um assunto não significa conhecê-lo (e que ambos são importantes). Fico confuso com a quantidade de textos, vídeos e opiniões que recebo sobre a crise política, por exemplo. E é por isso (e sobre isso) que estou escrevendo agora. Ou estou confuso apenas pela falta de domínio sobre o tema, ou porque é tudo muito confuso mesmo. Talvez seja um pouco de cada, mas a segunda opção certamente tem um peso maior.

Acho que, nesse momento, deve ser difícil para todo mundo pensar com distanciamento sobre o que está acontecendo no país. Acredito que a primeira missão de cada indivíduo revoltado é sair da dinâmica do nós contra eles e tentar enxergar a coisa de outra forma. Sem o diálogo, não vamos a lugar nenhum. No meu caso é um desafio pensar friamente por ter crescido, sido educado em uma família petista. Estou decepcionado com os rumos que o partido tomou nos últimos anos e, há tempos, luto para descolar minhas ideologias da imagem do PT. Me identifico com a posição política de esquerda e nada me diz que devo mudar isso. Trabalho, no entanto, para reciclar minhas ideias, conceitos e preconceitos. Não é fácil. Não é simples. E não vai ser fácil pra ninguém, mas esse é o momento ideal para esse tipo de transformação (mesmo que a pessoa defenda este ou aquele lado do discurso maniqueísta da crise).

Para lidar com temas tão difíceis, orgânicos, mutantes e, por diversos motivos, confusos, é preciso encontrar lugares seguros para pisar enquanto se avança (no entendimento e também no debate). O avanço será lento. O resultado final dos pensamentos de cada indivíduo, arrisco dizer, é o desejo do país avançar e se livrar de tão antigos e renováveis veios de corrupção. As pessoas querem avanço econômico, câmbio estável, moralidade política, segurança, saúde, educação, emprego e o país em crescimento (pode adicionar o seu desejo para o país aqui ……….....…………….). Todo mundo quer um mundo melhor (mas algumas pessoas só querem ver o circo pegar fogo). Como disse um amigo, o problema é que todo mundo sabe o caminho e sabe quais são as melhores opções, quando não a única via para a “salvação”. E quando todo mundo é super, ninguém mais é.

Precisamos desenvolver novos hábitos de humildade e sede de entendimento e conhecimento. Mais uma vez, de desapego às ideias. Precisamos ouvir mais e falar menos. Não falo do silêncio obediente, mas do reflexivo,que antecede uma nova ideia, uma crítica bem elaborada ou uma reflexão em terrenos desconhecidos e cada vez mais reconhecidos. Ao receber uma nova informação, é preciso fazer mais perguntas que afirmações e, diante da dificuldade em compreender o tema e de avançar nesse sentido, mudar o ângulo de visão, sair da caixa, determinar o que ele (o tema) não é antes de afirmar o que ele é. Ao menos se a pessoa quer pensar por si só.

Quando leio notícias, assisto ou ouço jornais ou leio artigos, encontro dezenas de informações tendenciosas de todos os lados. Elas fazem parte do processo e é bom lê-las e questioná-las todas. Além disso, os rumos dos acontecimentos mudam em uma velocidade alucinante. Tenho sentimentos e percepções conflitantes, as vezes contraditórias sobre tudo o que está acontecendo. No presente momento, não acredito em todos os argumentos do ataque e acredito menos ainda nos de defesa. Considero precipitado fazer afirmações taxativas, ter certezas e encontrar fórmulas e líderes nesse cenário. Somente no fim de tudo é que poderemos avaliar com mais segurança mais a eficiência e a ineficiência de tudo que foi feito e desfeito durante a Operação Lava-a Jato (essa seria a grafia correta?), pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e pela Justiça.

O que penso então? Fiz, para mim, um conjunto de perguntas e respostas que me ajudam a tatear na névoa da crise política. É pessoal, mas vou colocar aqui mesmo assim. Sob o risco de ouvir uma boa crítica, acrescentar mais respostas ou trocar algumas por melhores e, ainda, acrescentar novas dúvidas. É preciso ir com a operação da Polícia Federal até o fim? Sim. Minuciosamente. Com o máximo de cuidado. É preciso fazer exemplos e coibir a corrupção? Fazer exemplos eu não sei. Me parece algo emocional demais. Mas, sim. É preciso coibir a corrupção. É preciso fortalecer as instituições e acabar com a cultura da impunidade política no país? Sim. É preciso investigar todos os envolvidos, sem exceção? Sim. E condená-los? Somente após o julgamento. Lembrando que fazer Justiça não é se vingar, mas aplicar uma reparação ao crime e uma pena restritiva/educativa ao culpado.

E sobre o PT? O PT tem grande participação nesses crimes? Me parece que sim. O PT é o partido que mais roubou? Não sei. Levando em conta que roubou, é preciso saber desde quando roubou. Se foi desde o início do governo Lula, ainda assim é preciso saber por quanto tempo os militares roubaram o país. Até agora, o PT está há 13 anos no poder. Os militares ficaram 21. Talvez o PT seja o segundo no ranking de tempo, mas o primeiro em eficiência. Mas, como as coisas mudaram, é preciso saber quanto foi roubado e qual foi a eficácia das articulações e institucionalizações de corrupção e compará-las. Porém, se a avaliação for proporcional, será necessário fazer o mesmo levantamento com o Governo FHC, com o Itamar, com o Collor e com Sarney. Até porque as notas podem mudar se vistas proporcionalmente. É preciso avaliar todo mundo, investigar todo mundo, punir todos os culpados, mesmo que o PT vença no quesito quantidade/estrutura. É preciso saber de onde veio, onde realmente está e para onde vai essa roubalheira. É preciso retirar os cabeças e impedir o surgimento de novos e piores.

Continuando… O PT é vítima de uma conspiração? Duvido muito. O PT é responsável pela crise financeira do país? Me parece que sim. Ao menos em partes. Os deputados e senadores da oposição fabricaram a crise para comprometer a governabilidade e tirar o PT do poder por meio de um golpe? Não, mas eles agravaram a crise financeira (ainda que, talvez, não fosse necessário). O impeachment é a única saída? Não sei, mas não consigo ver condições de a Dilma se manter no poder. Qual seria a melhor saída para a Dilma na minha opinião? Uma renúncia, mas não nutro expectativas quanto a isso. A saída do PT vai resolver o problema da nação? Não. O que está acontecendo é um golpe? Não sei. Acho que não. Mas e se for? Se for, já deram o golpe. Com o aval de quem está no poder. Com ou sem Dilma, com ou sem PT, os próximos anos serão difíceis. Perdão pelo pessimismo. E o Cunha? Tem que cair. E o Temer? Se a Dilma cair, tem que cair junto. E o Aécio? Não. O Aécio não assume. Sinto muito. E terá que pagar pelo envolvimento dele também. E o Lula? Tem que ser investigado e, se atrapalhar as investigações, tem que ser preso por obstrução da Justiça. Se julgado e considerado culpado, tem que ser preso. Todos os envolvidos devem ser investigados, presos preventivamente se for necessário, julgados e condenados (ou inocentados) de acordo com as provas e como deveria acontecer qualquer brasileiro médio envolvido em um crime.

E tem mais… O que está acontecendo no Congresso e no Planalto é a moralização da política? Ainda não. Algumas vezes, me parece uma disputa irresponsável por poder falsamente legitimada pela operação da PF e uma consequência natural do atual estágio de podridão da nossa política. O processo como um todo, então, é inválido? Como um todo, não. Vejo como algo praticamente inevitável no presente momento, e que, espero, trará melhores frutos (mas não necessariamente bons).Tragaremos o amargo por um bom tempo. A situação vai melhorar com a saída do PT? Não dá pra saber. Acho que vão continuar ruins por uns tempos, mas por um período de tempo menor do que se o PT continuar no poder. Quem assumir o governo será um salvador? Putz! Não! Existe algum salvador para o país? Não me sacaneia. É claro que não. Não temos ninguém para assumir o poder e o problema é que isso também não justifica a continuidade do PT no poder. Será um terrível “não tem tu vai tu”, a partir de agora. A  Lava-a Jato acabará com a corrupção no país? Não creio. Ela é uma investigação contaminada pela política e pela disputa irresponsável de poderes? Talvez. Ela já deu certo? Ainda não. Não acabou. E também não sei se dará, e se não der, será muito, muito grave para as instituições. Será um atestado que nada mudou. Será um atestado que toda essa desgraça que está desempregando famílias não passou de um teatrinho de troca de poderes.

Imagem meramente ilustrativa
Nada é preto e branco nessa história. Tudo tende muito mais para o mal gosto dos 50 tons de cinza. Não é que esteja finalmente acontecendo o correto, mas que as pessoas estão buscando esse caminho (o que também não significa que tenham encontrado). Procurei dar respostas simples, para ser o mais assertivo o possível sobre o que penso e consigo compreender do que está acontecendo com o país. Foi até onde avancei, eu acho. Individualmente, busco uma via externa ao conflito, focada em resolver toda essa bagaça. A gente ainda vai sofrer muito os efeitos das más escolhas da atual gestão, mesmo muito tempo depois de eles terem deixado o poder (ainda este ano, no ano que vem ou em 2018). A gente ainda vai sofrer muito com a crise econômica. Mesmo depois das eleições, arrisco dizer. E pode (provavelmente vai) sofrer ainda mais com as decisões de quem assumir o poder, seja quem for  essa pessoa. Politicamente e economicamente.

E tudo isso que eu disse pode cair por terra amanhã ou depois. As coisas podem mudar ainda mais e mais rapidamente do que estão mudando. Novas máscaras podem cair. Se não atingirmos o coração da hidra, as cabeças continuarão se multiplicando. Tolo de quem tomar partido dessas cabeças. É preciso questionar, achar uma via de diálogo de esquerdas e direitas, rumo ao crescimento do país. É hora de reconhecer, de corrigir, de assumir, de conversar. Não há santos à esquerda ou à direita. Para quem, como eu, sente um duro pesar, pois parece-me, as vezes, que me roubaram a esperança por uns tempos, é um momento bom para avançar com as ideias, reformá-las, fortalecê-las, de se reinventar. Rever as concepções de mundo, de certo, de errado. Tem mais chance de fazer isso quem não se julga o prumo da inteligência. Quem sabe que erra, que pode estar errado.

À esquerda, com os cumprimentos do PT e seus caciques, bossais que roubaram às custas da vida de milhares de militantes que deram o precioso tempo ao partido, pseudopolíticos que sorveram como vampiros desses idealistas cheios de vontade, à esquerda, vilipendiada pelo maior de seus representantes, resta catar os cacos, contar os mortos, traçar um novo plano, com velhas e novas ideias, e recomeçar. À direita, surge a oportunidade de rever posturas, de se oxigenar, de se modernizar e se desvincular de determinados líderes e posturas (dentro de mim, nesse momento, gritam milhares de vozes incapazes de acreditar que a nossa direita aproveitará dessa maneira o momento). É hora de romper, de mudar, de tirar o melhor desse terrível pântano no qual nos enfiamos voto a voto, eleição a eleição, partido a partido, líder a líder. Agora, se ficar todo mundo gritando e brigando igual torcida de futebol, ladrando ferozmente as “boas intenções”, a caravana vai passar, e ficaremos todos. E será muito pior que avançar aos tropeços.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Era para ser do Dia da Paz...



Há exatos 14 anos...
Parecia um dia normal em Brasília naquela manhã de terça-feira, como qualquer outro, embora o céu-mais-azul-do-Brasil estivesse extremamente cinzento, devido à baixa umidade, característica naquela época do ano. Ironicamente, naquele mesmo dia, recebi um e-mail daquelas mensagens-corrente falando que estávamos próximos do Dia Internacional da Paz, que seria comemorado dali a 10 dias. Foi por isso que tomei uma decisão: “Quero ficar em paz! Isolado. Sem barulhos de carros, sem celular tocando, sem pessoas falando e andando... Um momento livre do estresse urbano”.
Fui para um clube. Estava quase vazio, como eu queria. Consegui relaxar, lendo um bom livro, vendo a água do Lago Paranoá, o ar do céu-mais-azul-do-Brasil, e a terra seca, mas segura... Por algumas horas, consegui atingir meu objetivo. Faltava o quarto elemento, o fogo... E lá estava... Ele, o Sol, que era o suficiente... Afinal, naquele dia de calor e secura, a mandala-dos-quatro-elementos estava completa. Mas eu mal sabia que ouviria falar muito mais em fogo naquele dia...
Depois de sair de meu breve isolamento, ouvia pessoas pelas ruas comentando coisas do tipo “foi-horrível”. Pessoas amontoadas diante das TVs-show. Movimentos exaltados pelas ruas. Foi aí, que a curiosidade humana começou a me corroer por dentro para perguntar o que havia acontecido. “Um avião bateu num prédio nos Estados Unidos”, disse-me um rapaz. “É, está mais ou menos explicado o motivo da excitação popular... É mais um daqueles acidentes à la TAM. Verei melhor quando chegar em casa... mais uma tragédia da cômica vida do século 21”, pensei.
Chegando em casa à tarde, dei de cara com a TV-show com a imagem em slowmotion de uma avião batendo contra o World Trade Center. Palavras escabrosas saíram de minha boca pelos ares, em um instante de ímpeto choque. Foi o começo do fim de um dia que seria normal. Afinal, como um bom cidadão globalizado, eu não poderia perder aquele filme-realidade. “American under attack” era o nome. Pena ter perdido as cenas iniciais, as quais me disseram que foram mais emocionantes que qualquer filme de ação. Não que eu quisesse ver a tragédia alheia (sou contra qualquer tipo de retaliação violenta), mas deve ter sido algo, no mínimo, estranho. Lembro-me de ter sentido algo semelhante em 1991, durante a Guerra do Golfo. Mas agora era diferente. Era a dita maior potência econômica-política-militar do planeta sendo atacada por terroristas-geniosos.


E pensar que eu estava condenando aquelas pessoas que assistiam firmemente às TVs-show, quando eu voltava para casa. No fim, estava eu fazendo o mesmo durante horas. E também pela internet, tentando abrir sites-em-colapso buscando notícias-trágicas. Eu não as queria, mas a realidade e a faculdade de jornalismo (mesmo em greve naquela época) me obrigavam.
O Dia Internacional da Paz foi esquecido. Há anos a Paz foi esquecida. O medo, a desconfiança, a ganância e a competição são as palavras da era dignas de encômio. Que era? Já era.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O narcisismo nosso de cada dia...

"Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho..."
(trecho da canção "Sampa", de Caetano Veloso)

"Ah, meu caro Narciso... por que tiveste que se apaixonar pela própria imagem?... Por que não foste capaz de olhar alem de ti próprio e de admirar todo um mundo ao teu redor?... Não és perfeito, Narciso... Ah, meu caro Narciso... por que vejo em ti o meu reflexo?"


Por favor, admirem este último parágrafo, de minha própria autoria... (aplausos)... Obrigado! Pois bem, hoje, tentando pensar sobre um tema para escrever, tive que sair (um pouco) de meu narcisimo e pedir sugestões. Eis que me sugerem falar sobre o próprio narcisismo. Soou-me interessante, ainda mais depois de meu último texto aqui no blog, que refleti sobre os rótulos sociais. Então, obrigado pela sugestão, Rodrigo! Cá estou eu.

O termo narcisismo vem do personagem da mitologia grega chamado... Narciso, cujo fato principal do mito é que ele, inicialmente indiferente ao amor, acaba se apaixonado pela própria imagem e, ao tentar alcançar o seu próprio reflexo, acaba por definhar-se ante busca inalcançável. Ao lembrar desse mito, fiquei refletindo sobre os nossos narcisismos, que ocorrem desde pequenas coisas no cotidiano, até a busca de uma suposta perfeição, que na verdade se trata de querer encontrar algo ou alguém exatamente como nós.

É natural de todo ser humano querer uma unidade em todas as coisas, ou seja, uma relação harmônica entre tudo e todos. Esta seria a perfeição tão buscada: no trabalho, tudo dá certo; em casa, ela está limpa e organizada; não temos conflitos com as pessoas, damo-nos bem com todas etc etc...

No entanto, esbarramo-nos ante uma questão: somos todos diferentes e as coisas não são ou os fatos ocorrem sempre da forma que queremos. Há que se levar em consideração que cada um possui necessidades de experiências diferentes, desejos distintos, e ainda um karma diferente, como diria a tradição hindu, tudo visando de alguma forma a unidade.

O maior problema ocorre quando entram dois defeitos humanos entram nessa história: a vaidade e o orgulho. Aparentemente semelhantes, considero estes defeitos a principal característica do narcisismo e os grandes os vilões para essa busca da unidade. Em poucas palavras, a vaidade é o sentimento de que somos melhores, pois sabemos bem algo ou fazer algo e sobrevalorizamos isto. No orgulho, não necessariamente sabemos algo, e mesmo assim nos achamos os mais importantes, e todo o mundo ao meu redor deve ser como eu quero e tudo tem que ser para mim. Em ambos os casos há o “enamoramento” por nós mesmos, o que nos faz ser indiferente aos outros, gera desprezos e preconceitos, assim como o belo Narciso era ante às ninfas apaixonadas por ele.

O narcisismo impede-nos de ver os fatos como deveriam ser ou de ouvir as pessoas; impede-nos de reconhecer nossos erros e de aprender; impede-nos de estabelecer uma harmonia, uma boa convivência com tudo e todos. Impede-nos de estabelecer uma unidade, dentro dessa bela multiplicidade em que vivemos.

Ninguém será igual a outro, seja em questões físicas ou emocionais ou mentais (pensamentos). Por isso não deveríamos julgar tão rápido uma pessoa por causa de uma roupa que ela veste ou algo que ela fala. Não sabemos o que está por trás da história dela, e o que ela pensa e é de fato. E, também, o mundo não gira ao nosso redor; nós é que giramos com ele. Deveríamos aprender a entrar nessa harmonia, como uma peça de uma engrenagem de um relógio, para que este funcione perfeitamente.
Enquanto cada um ou cada grupo quiser a perfeição somente para si, os conflitos continuarão. Difícil vencer isto? Sim. Não é fácil largarmos de nossas vaidades e nossos orgulhos, pois estes defeitos têm sido colocados para cada um de nós como uma forma de vida. Há que ver além dos próprios reflexos; há um belo mundo para se ver.  

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Impeachment: democracia ou golpe?

Havia prometido a mim mesmo que evitaria voltar a temas políticos e altamente polêmicos nos meus próximos textos. Estava colocando a cabeça para fazer um texto falando sobre o otimismo frente às adversidades, sobre o avanço recente da ciência, sobre consciência ecológica ou mesmo sobre o problema que me tem tirado as outras ideias da cabeça que é minha obra que nunca termina. Acontece que, justamente por conta dessa obra, que não dá paz aos meus pensamentos esticar um desses assuntos nesta semana me pareceu um desafio além da minha capacidade. Bem, já tinha um assunto que eu não queria, mas que já tinha desenvolvido um bocado com bom camarada Luiz Calcagno, colunista de todas as segundas. Discutimos por longos posts no Facebook sobre o tão falado impeachment da Presidente da República. Então é o que temos para essa semana.

Vamos lá! Tentarei fugir do óbvio entre tentar colocar um: a favor ou contra o processo de impedimento do governo ora eleito, e partirei para analisar argumentos de se pedir o impedimento ou renúncia faria parte do jogo político e, em caso de acometimento deste, se isto seria muito ou pouco danoso às nossas instituições e ao próprio desenvolvimento de nossa pátria.

Pedir impeachment faz parte do jogo político? A julgar pela prática do partido que detém o poder a 12 anos, sim. Basta vermos que dos quatro presidentes pós-ditadura militar que não eram parte do Partido dos Trabalhadores apenas um não recebeu protestos pedindo sua saída: Itamar Franco, que governou por apenas 2 anos, conseguiu estabilizar a moeda. Ainda sim foi duramente criticado e mesmo xingado pela principal figura do PT. Deixando a prática do PT de lado, e nos concentrando no que seria melhor para a nação, me vejo obrigado a concordar com senador Cristovam Buarque, que disseque sempre foi contra essa coisa de pedir a saída de um governo por qualquermiçanga, impeachment deveria ser coisa séria. O argumento de que isso enfraquece a democracia me soa válido, e defender que o PT pedia a saída de todos e agora não quer que peça a saída do governo dele é tão canalha quanto o próprio PT dizer que a corrupção, o caixa 2, os conchavos e o loteamento da Esplanada dos Ministérios, já existiam antes do governo deles, logo, não é problema deles. Pedir impeachment porque a condução da política econômica ou social não lhe agrada é realmente querer desrespeitar o que ganhou nas urnas.



Contraponto interessante a se fazer é relembrar que nas eleições do último ano, o PT não só jogou duríssimo contra os adversários, dizendo que eles iriam destruir a economia do país e trazer desemprego, como mentiu dizendo que não faria o que já sabia ser obrigado a fazer. Insto seria um ponto para algumas pessoas poderem dizer: “Espere aí! Eu votei em uma pessoa que não aumentaria os preços da energia, não subiria os juros e nem deixaria o desemprego crescer, me sinto enganado e quero rever isso”. Ou seja, sob a luz da tese do estelionato eleitoral faz sim algum sentido pedir a renúncia da Presidente. Mas lembrem-se, amiguinhos, isso só valeria para quem votou na Dilma, e para quem votou nela enganado, acreditando que ela faria um governo à esquerda ou seria uma maga da economia e conseguiria imprimir um monte de dinheiro para o governo sem fazer a inflação subir. Quem votou no outro lado e agora lança essa tese é mau-caráter também.

Conclusão: nesta ceara é como briga de crianças, não é possível saber quem começou e se tinha motivo ou não para chegar aonde chegou. É sempre o sujo falando do mal lavado. A única saída é colocar os dois de castigo e ver se aprendem.

O segundo ponto é o quanto poderia fazer bem ou mal uma eventual saída de Dilma, seja por impeachment ou por renúncia. Pois bem, este ponto me parece o mais relevante. No cenário atual temos uma Presidente da República que não consegue ter a mínima articulação com o Congresso, nem com o mercado, nem com a população e que os movimentos sociais apenas a toleram, posto que as opções a ela são percebidas como piores. Caso renunciasse e o vice assumisse poderíamos ter uma interlocução melhor ao menos com mercado e Congresso, quem sabe os movimentos sociais poderiam engolir esta mudança depois de notar alguma sinalização que os programas sociais não seriam aniquilados com a mudança de poder, já a população só vai dar a mão à palmatória para aquele que conseguir reaquecer a economia. Coloco minha mão no fogo que este reaquecimento será mais difícil com a Dilma do que com qualquer outro presidente possível. Para o próprio Partido dos Trabalhadores entregar o fardo do governo seria a melhor saída possível. Eles teriam cerca de 3 anos para que a costumeira memória do brasileiro falhasse e poderiam voltar em 2018 fortes com o ainda popular Lula, sob um discurso misto entre: fomos derrubados e queremos voltar e a humildade de erramos e aprendemos para fazer muito melhor. Se o PT chegar com o governo Dilma sangrando até 2018, mesmo Lula terá uma enorme dificuldade em emplacar qualquer discurso que o afaste do atual governo. Acredito que o Brasil merece ter líderes, mesmo não gostando de Lula, ele hoje é o maior líder que temos. Prefeririam mil vezes mais ter Michel Temer agora para ter Lula em 2018 que amargar mais 3 anos de Dilma e depois tentar a sorte na próxima eleição.

As instituições, no entanto, como citado acima, realmente teriam certo desgaste com essa saída precoce da presidente. As acusações de golpe seriam constantes e quem assumisse a faixa presidencial precisaria ser bastante hábil para movimentar a agenda para sair da “fossa” do revisionismo que sucederia à troca de comando.


Conclusão: a troca de comando menos de um ano depois da eleição é realmente um tiro no escuro. Poucos em posição de poder hoje parecem querer apertar esse gatilho. Mas em uma sala cheia de zumbis, às vezes é melhor apertar o gatilho a esperar e ver o que acontece.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Órbitas desencontradas


Cafés fortes e espessos na mesa. Um filósofo e uma artista plástica conversavam amigavelmente na Piazza Della Signoria, em Firenze, na Itália. Eram turistas e foram apresentados por amigos em comum em um coincidente encontro entre grupos. Acabaram se vendo juntos, diante das estátuas greco-romanas da esplanada, enquanto falavam sobre a vida e sobre o que os motivava. Ele, de olhos verdes, jaqueta jeans, guia de visitas debaixo do braço, cabelos curtos, negros, com uma protuberante careca no cocuruto, brasileiro, estava mais empolgado. Ela, portuguesa, prima de um amigo do primo do cunhado do brasileiro, com cabelos e olhos negros, mais baixa, com casaco verde e blusa vermelha, de saia preta até o joelho e com frio nas pernas, ouvia mais, e se encantava com aquele terreno fértil que era a mente do homem que encontrara. Sentaram-se no café da praça para conversar, enquanto os grupos se dispersavam em direção à Ponte Vecchio.

- Pres’tenção... A velocidade média do som é de 340 metros por segundo, isto é, 1.224 quilômetros por hora.
- Sei...
- A da terra é de 108.720 quilômetros por hora, mais ou menos. O que quer dizer cerca de 88 vezes a velocidade do som.
- Ah! O Mach, não é isso? Caramba, seria Mach 88. Seria quebrar 88 vezes a barreira do som.
- É! E tem um caça, o Mikoyan-Gurevich, é o MiG-25, que vai a uma velocidade um pouco acima do Mach 3. Já foi um dos mais rápidos...
- Deixa eu ver... Isso dá, eu acho, não sei se os cálculos estão certos, mas dá 3.672 quilômetros por hora - calculados em um guardanapo.
- Você fala português quase igual aos brasileiros.
- Eu morei lá um tempo. Em Brasília. Dos cinco aos dez anos, mais ou menos.
- Eu sou de Belo Horizonte, mas morei em Brasília... E só nos topamos na Piazza Della Signoria... Engraçado. Mas então, o caça mais veloz não chega nem perto da velocidade do movimento de translação da terra em torno do sol. E uma bala de fuzil, sei lá de que tipo, uma vez me disseram, sai da arma a aproximadamente 900 metros por segundo, o que deve dar, em quilômetros por hora, o equivalente a 3.240.
- Nossa! Quase a velocidade de um MiG...
- Mas não vemos a bala, e vemos o Mig, por causa do tamanho dele. E antigamente as pessoas pensavam que o Sol se deslocava devagarzinho no céu quando, na verdade, giramos bem rápido em torno dele. Agora imagine você, um objeto com massa equivalente a 6 sextilhões de toneladas a 108.720 e poucos quilômetros por hora por aí, passeando. Acho que se ele tivesse o tamanho de uma cadeira, por exemplo, não sei se conseguiríamos vê-lo, como não vemos a bala do fuzil. Uma esfera que pese 3 quilos, na velocidade de translação da Terra, se chocaria contra um muro com uma força de 542.160 Newton, eu acho. Essa é a Terra navegando ao redor do Sol. E olha, 6 sextilhões é um número seis seguido de 21 zeros! E a velocidade da Terra em metros por segundo é de 30.200.194.
- Cruzes! Quanto número... Mas pode continuar, estou acompanhando... Uma pêra com massa equivalente a 6 sextilhões de toneladas a 30.200.194 metros por segundo, uma velocidade que não conseguimos imaginar.
- Isso é o mais incrível. A maioria das conclusões científicas mais modernas, no átomo ou no espaço, transcendem a capacidade de percepção sensorial e a imaginação do homem. Ainda não sei direito aonde vou chegar. Até porque esta conversa está viajando a uma velocidade muito alta.
- Concordo...
- Vamos mais longe então... A velocidade de rotação da Terra, medida na linha do Equador, é de 465 metros por segundo. E para entrarmos em órbita, precisamos alcançar uma velocidade de 28.000 quilômetros por hora, no meu ônibus espacial.
- No seu ônibus, sei...
- Muito mais rápido que um MiG ou que a bala de um fuzil, convenhamos. E em um trambolho muito maior.
- Certo.
- E a Lua realiza seu movimento de translação em torno da Terra a uma velocidade de 3.600 quilômetros por hora, e demora pouco mais de 27 dias para completar sua órbita ao redor do nosso planeta, sendo que o nosso diâmetro é de 12.756,2 quilômetros. Se nós fôssemos o Sol da Lua, o ano seria bem curto, mais rápido que um mês para os terráqueos.
- Para os terráqueos...
- Do que você está rindo?
- Não estou caçoando, estou achando graça. É interessante isso tudo.
- É que me empolguei. Agora veja isso: um ano em Marte equivale mais ou menos a um ano e onze meses na terra, e lá, teríamos quase a metade de nossa idade.
- A metade da idade! Gostei!
- Mulheres... Você teria quanto, 12?
- É, mas seria do jeitinho que sou agora.
- E mais uma coisa, a luz viaja a uma velocidade de 300.000 quilômetros por segundo. Não faço ideia de quanto seja isso em quilômetros por hora, mas dá para ir à Lua várias vezes em pouquíssimo tempo.
- Não brinca! Dá para viajar no tempo! Você olharia para trás e veria sua imagem olhando para trás. Seriamos energia pura. E a velocidade da luz em quilômetros por horas, vejamos... Pelos meus cálculos, seria 1.079.913.606,91 quilômetros por hora.
- Isso é o que viajamos em um vinte e quatro avos do dia. Somos energia pura. Somos partes condensadas de uma infinitamente espessa nuvem de átomos galácticos. E sequer temos noção disso. Existem mais espaços vazios entre os nossos átomos que espaço preenchido por eles em nossa massa e na de qualquer objeto. Sendo assim, por que diabos não atravessamos paredes?
- Tá legal, essa foi a cantada mais legal que já ouvi...
- Isso porque eu ainda não comecei a comparar esses números com as proporções dessas fantásticas estátuas.
- Que lugar bonito! Que cidade maravilhosa! E pensar que isto tudo é um pozinho do universo.
- E solitário.
- É, mas estamos juntos. Como dois corpos celestes de anos luz de diferença em suas origens, que se chocam energicamente.
- Mas na hora do choque, parece que você sofre uma influência gravitacional de algum planeta da consciência, e... desvia...
- Mas ainda estamos sobre a influência de nossas órbitas.

Ela sorri deixando um fio de esperança ao filósofo.


sexta-feira, 31 de julho de 2015

Rótulo... qual o seu?

No meu primeiro texto aqui no blog, eu comentei sobre as máscaras que utilizamos na sociedade, por convenções nas quais entramos (de gaiato ou não). Ainda fazendo minhas observações, lendo e refletindo sobre a temática, me veio a ideia de falar sobre os rótulos sociais.
Afinal, você é rico? pobre? Ou seria classe média alta? ou  baixa?
Você é negro? branco? mulato? Ou talvez mameluco...
Vocês é gordo? Ou magro? Talvez sarado... ou, por que não, rechonchudo?
Gay ou hétero? Travesti ou transexual? Bissexual, quem sabe? Ou seria goy, bichinha, drag, crosdresser ou goiunage? Seria lésbica ou sapata ou caminhoeira?
Ah sim, você é católico... ou evangélico? Por que não budista, islâmico ou espírita? Ou ainda, ateu... ou tudo?
Sim, peguei logo pesado nos rótulos... E poderia continuar uma lista infinita aqui... Mas, qual a necessidade de se rotular?



Em um objeto, o rótulo serve para informar sobre o que ele é, quais suas características e/ou composição. Serve para distinguir uma coisa de outra. Assim, ao compramos um alimento, por exemplo, sabermos do que ele é feito, qual a quantidade de nutrientes e cia, e também sua validade. Mesmo em condições normais de temperatura e pressão, pode haver pequenas variações nessas características, quase imperceptíveis aos olhos em geral. Segue um padrão.
Mas, quando se rotula um ser humano, vejo inicialmente duas questões: a primeira é uma característica do ser humano, ímpar em relação a outros seres, que é possuir o livre arbítrio, o que faz ele ser uma “caixinha de surpresas”; a segunda é um aspecto que considero negativo, que essa generalização gera, que é a de se levar facilmente a um preconceito.
Discursando sobre esse aspecto negativo, é fato que para se compreender algo, precisamos dividir as coisas, ou seja, nossa mente trabalha com um sistema de comparações, e até aí é natural. Nossa mente faz uma síntese para compreender algo; quanto menos análises tivermos que fazer, mais fácil entenderemos. O problema é quando fazemos um julgamento pessoal, o que implica colocarmos interesses e gostos próprios para fazer essa comparação, que vai levar a uma comparação do que é melhor ou pior.
Identificar uma pessoa por uma determinada característica pessoal não vejo como problema... Precisamos de referência para tudo... Desde que essa identificação não seja maldosa. Maior problema considero quando se julga uma pessoa dentro da generalização dos rótulos, como se faz com objetos. Quando se rotula uma pessoa, a colocamos dentro de um grupo de comportamentos generalizados, esquecendo, mesmo que inconscientemente, que o ser humano possui o já citado livre arbítrio, e pode abrir sua caixinha com surpresas (ao menos para nossos olhos). Exemplo: ela é gorda, logo ela vai comer muito se for em minha casa; então, vou ter que comprar muita coisa para ela comer... Outro exemplo: ele é gay, logo vai dar em cima de todo homem que passar na frente dele, e ainda vai ter aqueles trejeitos afeminados estereotipados... E mais um exemplo: ela é rica, então, é arrogante, humilha outras pessoas ao exibir, ostentar (a palavra da moda!) sua riqueza; e esta outra, ela que é pobre, é humilde, não humilha outras pessoas... Será?... Enfim, são limitações que os rótulos acabam gerando; eles acabam mais atrapalhando que ajudando.
Entretanto, apesar de discorrer sobre aspectos negativos aos quais a rotulação nos leva (sim nós! pois rotulamos tudo e todos, com ou sem preconceitos) , também percebo que há o lado da pessoa rotulada se colocar como vítima. Não falo aqui de “ataques preconceituosos” ou bullyings, mas de uma susceptibilidade em se sentir ofendido por qualquer rotulação. Se uma pessoa se vira para outra e fala: “Sabe aquela rapaz que é gay...” ou “Aquela moça negra...”, não vejo ofensas aqui, mas uma forma de identificar uma pessoa. Reforço: desde que tenha realmente essa intenção, e que a continuação dos três pontinhos seja para continuar falando sobre a pessoa e que foi realmente uma identificação. Falo isto porque foi criado um outro rótulo de falar “politicamente correto”; mas, o que há de incorreto nesses termos?
Continuando... Se uma pessoa chama outra “Ei, magrão!” ou “Vem cá, gordo!”, se eu sou magro ou gordo mesmo, por que me ofenderia? Sim!... há pessoas que estão se ofendendo facilmente. Um dia desses vi uma desses posts na internet que falava mais ou mesmo assim: “As pessoas estão se ofendendo com tudo hoje, que se eu posto a foto de uma comida, alguém vai responder que estou ostentando porque tem muita gente que passa fome no mundo”. É tipo isso mesmo... E, por favor, não se ofenda agora...
Neste mundo de rótulos, cada um é o que é, com suas diferenças, com suas grande qualidades e vários defeitos. Que sejamos felizes! Sejamos nós mesmos! Vivam seus sonhos! Mas sem prejudicar os outros - e nem a si mesmo, pois fazer algo que faz mal a si mesmo é o rótulo do masoquismo. Sejamos melhores! Sempre! E se for para ter um rótulo, que seja o de SER HUMANO. 



*Fonte da imagem: https://urbanplushproject.wordpress.com/2012/02/21/diversity-the-art-of-thinking-independently-together-malcolm-forbes/