Brasil está em crise!!!! Uma das chamadas “noticialísticas” que tenho ouvido muito ultimamente. Mas, desde quando me entendo por gente (e bota aí uns seis anos de idade, há 20 anos atrás kkkkkkkk), ouço essa história... Uma grande crise econômica, assim dizem... Então, de novidade não tem nada... Nasci numa crise, continuo nela, trabalho com ela e ainda tenho minhas crises pra tratar...
Mas será que vivemos uma crise econômica mesmo?
Não sou economista (nem tenho pretensões para), mas um observador da vida cotidiana das pessoas em geral, ao meu redor, na rua e na TV, que falam, de alguma forma dessa crise, e como elas vivem a partir disso. E é sobre isso que quero discorrer.
Apesar da “crise”, continuo vendo as pessoas lotarem os shoppings, lojas, lanchonetes, restaurantes, cinemas, bares, boates... para consumirem os produtos e serviços. E não me refiro a locais frequentados por um grupo de pessoas de poder aquisitivo maior... O desejo de consumo independe do quanto se tem $$$$ para gastar... Independe de classe social... É uma mentalidade consumista, uma forma de viver. Há valores absurdos e pessoas que pagam por eles... E, por isso, continuam altos.
Apesar da “crise”, o trânsito continua um caos... Alguns dizem que a venda de automóveis caiu... O preço do combustível no Brasil teve seu preço aumentado absurdamente... Mas as ruas e estradas continuam abarrotadas, e ainda com muitas pessoas (as quais tenho certa dúvida de que podem serem chamadas de seres humanos; #momentoindignação), cometendo barbaridades, correndo riscos e colocando outras vidas em riscos desnecessários. Todo mundo impaciente, buzinando aleatoriamente... E nem eu posso reclamar, pois muitas vezes, nesses momentos, lembro de uma frase que o amigo Pedro Paulo disse-me que havia lido em algum lugar: “Você não está no trânsito; você é o trânsito”. Enfim...
Apesar da “crise”, a má vontade em prestar um serviço (com o detalhe de que você está recebendo $$$$ para isto) continua ruim... Senão pior... Está difícil manter-se em um empego ou manter uma empresa no mercado; mesmo assim, o atendimento aos clientes (ressalva 1: bons clientes; ressalva 2: bons clientes = clientes normais, sem frescuras) que deveria ser melhor para, ao menos, mantê-los, está submergida por um lamaçal de má vontade em se trabalhar. Difícil encontrar pessoas que estão comprometidas com o que fazem e que queiram buscar soluções no que se refere a esses serviços. São caras feias, reclamações na frente dos clientes, negligências... E posso muito bem expandir aqui aos serviços prestados na Educação e Saúde, setores com muitas reclamações atualmente (há uns 30 anos, pelo menos...). Profissionais dessa área (já pedindo desculpas à generalização aos que têm realmente a vocação para isso) não querem mais ensinar ou ajudar a tentar curar; e do outro lado, os alunos não querem mais aprender e os pacientes assim o são por qualquer dor de unha e preferem ser vítimas de um sistema. Concordo que as condições estruturais e organizativas de ambos setores estão precárias (eu mesmo precisei utilizar muito a saúde pública no ano passado), mas vejo a situação ser pior por uma falta de colaboração geral: dos professores (e cia), dos médicos, dos alunos e dos pacientes. Todos estes “à espera de um milagre”, e que o Governo resolva tudo... Bom, eu não consigo separar a ideia de cada um de nós é o Governo... mas, enfim... isso pode ser tema para um outro post no futuro.
Apesar da “crise”, momento supostamente de dificuldades, em que as pessoas mais deveriam se unir para superá-la, vejo elas serem cada vez mais reativas antes o que é diferente delas, seja em pensamento, forma de viver ou time de futebol; cada pessoa quer viver o seu mundinho de seu jeito, e que ninguém o invada. E se invadiu, aparecem os conflitos, as brigas, as discursões e os crimes...
“Crise” econômica? Tenho minhas dúvidas... Talvez nem exista essa crise toda que a mídia fala... Mas de uma estou certo que exista: a humana.
Sem querer dar uma de moralista (pois sei que vai parecer) e nem relacionar este termo com aspectos religiosos, até mesmo porque a moral não pretende a nenhuma instituição criada, mas é me parece algo próprio do ser humano, o fato é que: se não temos controle sobre nossos desejos de consumir mais e mais coisas, mesmo que para isso eu me indisponha com as pessoas ao meu redor; se o que importa é o quanto eu vou ganhar por fazer algo, antes o bem que estiver fazendo, para mim ou outra pessoa; se o mais importante é eu garantir a minha parte e permitir que o resto do mundo “se exploda”; se considero que a minha ideia, o que eu penso e a forma que eu vivo é a mais correta... Para mim, a única crise que está acontecendo de fato no mundo é a da tentativa de ser humano. Crise política, econômica, social, educacional, na saúde... são só resultado da falta de humanidade, entendendo por este termo uma capacidade de harmonização de várias partes (indivíduos) para que um todo (no caso do texto de hoje, o Brasil) possa funcionar bem, como um corpo só.
Alias, preciso voltar a arrumar minha planilha e vida econômica que está um caos, e não foi por causa de crises no país nesse setor... Só acho que gastei demais, desnecessariamente...
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